quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Relatório. Fevereiro de 2014.

As visitas domiciliares, junto às ACS, para o preenchimento dos questionários permanecem. Já conseguimos realizar metade da coleta de dados (150 questionários). Somos, no momento, o grupo mais adiantado. Isso se deu graças aos últimos meses, pois investimos e focamos bastante nesse processo.
Este mês, diferentemente do anterior, ainda tive a oportunidade de participar ativamente das consultas de Puericultura, o que é sempre bom, uma vez que posso vivenciar ainda mais a Estratégia Saúde da Família, a minha profissão e o curso de Atenção Integral às Doenças Prevalentes da Infância (AIDPI), oferecido pela própria UFPE no meu último semestre do curso.
Na última semana do mês fiz questão de organizar todos os questionários por Agente de Saúde, produzindo uma lista com todos os usuários que já o responderam, para facilitar a interpretação e organização das pessoas envolvidas na aplicação deles. Deixamos separado por cada ACS, separamos aqueles que já foram respondidos daqueles que ainda estão em branco, prontos para a entrevista.
É também nesse mês de fevereiro de 2014 que se encerra a minha jornada no PET-SAÚDE. Com muito pesar pelo fim, mas, com certeza, com muitas histórias, muita gratidão e felicidade pela oportunidade de fazer parte de algo tão rico pessoal e profissionalmente dentro do contexto da minha formação. Agradeço imensamente à minha enfermeira preceptora e amiga, sem a qual não teria vivenciado tudo isso.
Acredito que tudo que fizemos, o mínimo que seja, ainda perpetuará pela história dessa Unidade de Saúde da Família. Cada busca ativa, cada acolhimento ao usuário, cada discussão de caso com os profissionais, cada confraternização, cada intervenção que o PET-Saúde estimulou a unidade a realizar. Tudo isso ficará como um depósito positivo na realidade da unidade. E, esperançosamente, espero que o exemplo das atitudes, objetivos e práticas do PET-SAÚDE faça a unidade, os profissionais, a gestão, todos, refletirem sobre a qualidade da assistência de uma forma geral. Pois, em um projeto como este não só o aluno é que sai amadurecido, mas todos aqueles envolvidos. Esse é o objetivo.
Muito grato a todos os colegas de subprojeto. Foi um prazer trabalhar com todos.

Relatório. Janeiro de 2014.

O mês de janeiro de 2014 se resume em visitas domiciliares junto às ACS para a realização das entrevistas e preenchimento dos questionários.

Relatório. Dezembro de 2013.

Este mês foi caracterizado pela realização de entrevistas e preenchimento dos questionários da pesquisa. No início, fizemos em uma igreja da comunidade, convocando os pacientes hipertensos e diabéticos a virem participar da pesquisa. Explicávamos o propósito da pesquisa ao grande grupo, aferíamos a pressão arterial de cada um e o encaminhávamos para o questionário. Depois desse modelo de intervenção, passamos a fazer a entrevista através de visitas domiciliares com as Agentes de Saúde.

Relatório. Novembro de 2013.

Toda primeira terça-feira do mês acontece a reunião do NASF Camaragibe na USF Araçá. Sabendo disso, fiz questão de participar dela. Dentre muitos outros casos, foi discutido o caso de uma comunitária alcoolista, a qual eu acompanho a família pela “estratégia Mini-PSF”. Foram levantados todos os pontos importantes para que psicólogo e assistente social pudessem ficar inteirados do processo e, juntos com a unidade, elaborarem meios de se resolver a situação. Também ficamos de articular com o CAPS uma visita domiciliar, bem como envolver mais a família nesse processo. Neste mês retornei novamente à casa dessa comunitária para tentar sensibiliza-la para procurar o CAPS e orientar, junto com a ACS, os problemas gerados pelo álcool – física, psíquica e socialmente.
Prevendo a visita da PMAQ (Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica), ajudei na organização da relação de crianças em área de risco, uma vez que essa planilha estava desatualizada.
Dia 21 deste mês a nova bolsista, colega de projeto, inicia a atuação na USF Araçá. Coincidentemente, ela chega em um momento que nos ajudará bastante: coleta de dados da nossa pesquisa. Na tarde deste dia apresentamos para ela um pouco da unidade e da saúde pública de Camaragibe, bem como planejamos como se dará essa coleta de dados, articulando com as ACS encontros específicos com os comunitários para se fazer a entrevista e resolução do questionário. Esta intervenção será unificada para todas as unidades participantes do subprojeto “Doenças Crônicas”, assim como foi definido um dia antes, em reunião com a tutoria e preceptoria do nosso subgrupo.
No dia 27 participei/acompanhei uma ação educativa em uma escola municipal sobre drogas. Foi algo extremamente rico. As crianças demonstraram bastante interesse na atividade proposta por minha preceptora. A ideia era coletar deles o que entendiam sobre drogas e a partir disso se iniciar uma discussão dos riscos e agravos que a droga traz, além dos diversos tipos delas.
Nos dias 27 e 28 realizamos a coleta de dados de 16 comunitários hipertensos e/ou diabéticos da ACS Hosana. Teremos que obter um total de 300 comunitários na pesquisa. E como a USF possui 10 ACS, dividimos o total de comunitários pelo número de ACS, restando 30 para cada ACS.
Sendo assim, este mês se caracteriza como o início, de fato, à nossa pesquisa pelo PET-SAÚDE Doenças Crônicas em Camaragibe.

Relatório. Outubro de 2013.

Este mês tive uma experiência muito interessante com a Puericultura, acompanhando e participando ativamente das consultas, o que me fez perceber o quanto estou ficando seguro e ágil nas consultas de enfermagem. No que diz respeito à saúde da mulher, como mamografias e exames de citologia oncótica, a minha intervenção se torna um pouco mais complicada pelo fato de as mulheres serem muito resistentes quanto à abordagem masculina. No entanto, no dia da realização das mamografias com o “Amigo do Peito” tive oportunidade de realizar vários exames clínicos das mamas e preencher a solicitação do exame para as mulheres, assim como, também, em outro momento, participar do preenchimento da ficha para o exame de citologia oncótica.
Dando seguimento à “estratégia Mini-PSF”, realizei várias visitas domiciliares junto com as ACS. E, ainda relacionado a essa estratégia, reservei um tempo apenas para estudar/investigar pelos prontuários o histórico clínico das famílias que estava acompanhando, para que pudesse nortear a minha anamnese e planejamento de intervenções nos momentos das visitas.
Participei também, junto com a ACS Mariinha, da busca ativa dos hipertensos que ainda estavam irregulares quanto à frequência de comparecimento na unidade de saúde e atraso de consultas médicas pelo HIPERDIA.
No final do mês, sentamos eu e minha preceptora para realizarmos uma autoavaliação do que já tivemos feito e vivenciado ao longo desse tempo. Também no final deste mês houve uma visita de uma representante do Ministério da Saúde e PET-Saúde, Maria do Horto, com o intuito de vislumbrar como estava o andamento dos projetos do PET-Saúde na UFPE. Foi um momento muito rico, no qual pudemos expor nossas vivências e conhecer a de outros subgrupos, bem como analisar o nosso trabalho e refletir se o que estamos fazendo é de fato o que o projeto PET-Saúde almeja.

Relatório. Setembro de 2013.

No mês de setembro iniciamos uma nova atividade na unidade, o Mini-PSF, uma ideia da preceptora Marcinilze, com o intuito de criar um PSF reduzido. Baseia-se na escolha aleatória de algumas famílias (seis), uma de cada agente comunitária de saúde, na qual eu seria responsável por realizar visitas domiciliares periódicas e investigar todos os problemas de saúde da família, dando-me autonomia, liberdade e oportunidade de conhecimento da realidade e das situações de saúde que envolvem a comunidade de uma forma direta, segundo o meu olhar crítico profissional, estimulando-me a ser capaz de conduzir ações em saúde sozinho. Este mês realizei várias visitas domiciliares, inclusive a algumas famílias que não fizeram parte dessa escolha aleatória do Mini-PSF.
Também tive a oportunidade de acompanhar consultas de enfermagem no pré-natal e puericultura, junto com minha preceptora.

Relatório. Agosto de 2013.

Este mês foram realizadas várias consultas domiciliares com hipertensos e diabéticos. Na consulta foram abordados os seguintes temas: hábitos alimentares, hábitos de vida saudável, práticas de atividades físicas, regularidade nas tomadas de medicamentos, percepção sobre o seu processo de saúde-doença. Estava presente, além da ACS e da enfermeira, uma acadêmica de Enfermagem da Faculdade Maurício de Nassau. Além disso, pela manhã, em um dia de consulta médica de hipertensos e diabéticos, fizemos uma grande roda na sala de espera da unidade e começamos a debater sobre todos esses temas citados acima com todos os usuários da unidade.
Participei de uma reunião na Prefeitura Municipal de Camaragibe sobre o PSE, na qual foram levantadas algumas ações que passariam a ser realizadas pelas Unidades de Saúde da Família do município. Também foi possível realizar o acompanhamento de consultas de puericultura na própria unidade.
Acompanhei, na recepção, as marcações de consultas médicas, pela manhã, no início das atividades da unidade. Este dia foi interessante ficar na recepção porque assim pude vivenciar algumas burocracias, como, por exemplo, ter de ligar para a prefeitura para me informar onde é realizado um determinado exame e orientar o paciente. Vivenciei também o protocolo para quando algo chega na unidade, qual documento é necessário e o que se faz, onde se assina, onde se pede para assinarem. Outro fato interessante que aconteceu foi uma mãe que estava amamentando ligar para a unidade perguntando se havia algum problema em tomar paracetamol, se havia riscos para a criança. Orientei-a.
Na campanha de vacinação para atualização do cartão da criança, ajudei a técnica de enfermagem nas aplicações e preparações das vacinas. Iniciou-se, também neste mês, o rastreamento dos hipertensos e diabéticos faltosos de mais duas microáreas.

Relatório. Julho de 2013.

Acompanhei algumas consulta de puericultura e conferi peso e estatura das crianças. Realizei a troca de um curativo de um comunitário que havia se acidentado com uma faca e reforcei a importância da vacinação antitetânica, pelo fato de o mesmo não apresentar o cartão de vacinas. Participei do grupo de mulheres, disponibilizando-me para em um próximo encontro discutirmos um pouco sobre métodos anticoncepcionais. Participei do grupo de hipertensos, na qual houve solicitação de exames de rotina para aqueles que estavam há mais de um ano sem consulta médica e já com o agendamento da consulta médica para que esses exames sejam avaliados. Aferi a pressão arterial de todos os presentes no grupo, bem como os orientei acerca do uso dos medicamentos, dos hábitos alimentares e da importância da atividade física. Tudo foi registrado em seus respectivos prontuários. As atividades de rastreamento dos hipertensos e diabéticos com consultas irregulares continuam. Também participei da reunião administrativa da unidade, dessa vez com a participação e informes da gerente de território.

Relatório. Junho de 2013.

Participei da campanha contra a Poliomielite. Destinei turnos de pesquisas acerca da hipertensão e diabetes, através da literatura, por meio de artigos científicos e capítulos de livros. Voltamos a realizar o rastreamento com as outras ACS dos hipertensos e diabéticos com as consultas irregulares, realizamos busca ativa e marcamos essas consultas médicas para a regularização da situação. Participei da consolidação dos dados farmacêuticos referente ao mês. Observou-se uma diminuição da quota de envio de medicamentos a aproximadamente a metade da oferta. Esse já pode ser considerado um ponto negativo da gestão atual.

Relatório. Maio de 2013.

Acompanhei e também participei ativamente das consultas de pré-natal. Participei de uma pequena reunião do NASF na nossa própria unidade, foi falado um pouco sobre ele e discutido sobre as necessidades de acompanhamento pelo NASF de alguns usuários da nossa área de atuação. Acompanhei visitas domiciliares a puérperas, realizando, inclusive, avaliação do recém-nascido. Realizamos uma “homenagem” a um comunitário pela sua ação em prol da unidade: capinação da área externa. Aproveitamos o seu aniversário e fizemos uma festividade tanto para esta data como uma oportunidade para agradecer.
Participei da III Oficina do NASF de Camaragibe, na prefeitura. E, com certeza, foi uma das melhores coisas que eu já participei no PET-SAÚDE/UFPE. A colega Sheyliane Barbosa, estudante de Odontologia/UFPE e também integrante do PET-Saúde, também estava presente.  Talvez eu pudesse conhecer o NASF lendo artigos, assistindo aulas, vendo vídeos, conversando com pessoas e profissionais de dentro dele, e até posso, mas nada excluiria ou excluirá a importância do momento que tive. Confesso até que me surpreendi, pois não pensei que fosse ser algo tão "didático", tão explicativo e elucidativo. Achei que fossem apenas mostrar para os profissionais que o NASF estava com novos profissionais, com novas propostas e que fariam uma reunião para determinar justamente as burocracias e organizar cronogramas para as devidas intervenções do Núcleo. Mas não, trouxeram das pessoas o que elas pensavam sobre o NASF, o que ele estava fazendo atualmente em cada unidade e o que ele, de fato, deveria fazer. Explicou-se sobre a que propósito ele surgiu e sobre o apoio matricial às USFs. Foram também elaborados problemas e necessidades presentes em todas as unidades, intervenções e ações para melhoria desses problemas, estabelecidas metas e atribuído responsáveis para o cumprimento dessas metas. Esse foi o planejamento para os próximos seis meses, de cada unidade de saúde para o NASF. Achei interessante essa preocupação em se aproximarem das unidades e de também explicar para todo mundo - começando do básico.
Participei também da consolidação dos dados referentes ao mês.

Relatório. Abril de 2013.

Participei do grupo de hipertensos, com a entrega dos medicamentos do mês e orientações gerais acerca da doença. Acompanhei um turno do atendimento odontológico aos hipertensos, junto com a dentista Mônica Aguiar. Participei da campanha de vacinação contra Influenza, inclusive indo com a técnica de enfermagem, a uma residência terapêutica, vacinar as pessoas internadas. Visitei, junto com a enfermeira, um CAPS, tendo a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a saúde mental de Camaragibe. Também observei uma discussão de caso de uma paciente acompanhada pelo CAPS e pude presenciar a ação de matriciamento, o que só havia visto em livros e em aulas, até o momento. Acompanhei consultas de pré-natal, na unidade, junto com a enfermeira; mas também realizei uma primeira consulta de pré-natal, óbvio que com a supervisão dela. Solicitei todos os exames, preenchi todos os formulários e dei todas as orientações.
Participei de uma reunião de categoria (Enfermagem) na Prefeitura de Camaragibe acerca da Vigilância Epidemiológica. Foram mostradas as consolidações dos dados de cada unidade. O município de Camaragibe possui 42 Unidades de Saúde da Família. No auditório havia muita gente, acredito que todos os enfermeiros estavam presentes, senão a grande maioria. Foi interessante. E o mais importante é que eu vi a gestão. Ela agora, para mim, é concreta. Antes eu apenas ouvi falar em "gestão", e aquilo sempre foi muito abstrato. Eu vi, soube que é verdadeira, que existe, onde trabalha, como trabalha, vi rostos e estrutura física. Foi muito bom. E mais importante ainda é que eu (e acredito que todos presentes naquela reunião) percebi (percebemos) que há boa vontade por parte da gestão, que eles estão querendo o melhor para o município. Demonstraram compromisso, interesse.
Neste mês vivenciei muitas realidades, e bastante diferenciadas.
No dia 20/04/2013 houve o Dia D da Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza. Todas as unidades de saúde estavam abertas para atender à população-alvo: idosos com 60 anos ou mais, trabalhadores de saúde, indígenas, crianças na faixa etária de seis meses a menores de dois anos e gestantes. E também estão inclusos os portadores de doenças crônicas. Algo interessante se pode perceber em dias de campanha de vacinação. Sabe-se que a maior parte da população que é acompanhada no posto de saúde é de baixa renda. Primeiramente pelo fato de não terem planos de saúde; e, segundo, porque é a única opção que resta para eles. Sendo assim, o que se pode perceber é que muitas pessoas de poder aquisitivo maior passam a utilizar as unidades de saúde em dias de campanha vacinal. Isso é interessante, para não dizer trágico. Os que podem pagar um plano de saúde passam longe das unidades de saúde durante todo o tempo, achando que lá é lugar para pobres e que o atendimento é péssimo e desumano. No entanto, em campanhas, aparecem “em peso”. Ignoram o SUS, parece até que têm nojo. Isso é uma bobagem. E o pior de tudo, é que essa população mais favorecida, quando perguntada se utiliza o SUS, a resposta é negativa. Ah, então quem financia a tua vacina? E a vigilância sanitária? A água mineral que você compra é fiscalizada por quem? Não é pelo SUS? Essas são apenas algumas pouquíssimas perguntas acerca do assunto. Precisamos pensar nisso.

Relatório. Março de 2013.

Neste mês também foram realizadas consultas de acompanhamento dos hipertensos e diabéticos, com orientações gerais acerca do uso dos medicamentos, hábitos alimentares e atividade física.
Realizamos uma discussão com a equipe de saúde da USF Araçá sobre diabetes e hipertensão. Foi muito proveitosa. Minha dupla (Luciana, Fonoaudiologia/UFPE) falou sobre diabetes em uma semana, e na outra, a que vou me referir, eu quem fiquei responsável por conduzi-la. Fiquei muito feliz com o seu desenrolar. Baseei-me no Manual da Atenção Básica de Hipertensão. E à medida que fui lendo, fui elaborando perguntas norteadoras para sorteá-las para cada participante ali na roda de discussão. As perguntas foram: Quais as doenças que mais matam hoje no Brasil? E por quê? Por que a importância de se identificar precocemente ou controlar a HAS? Quais as maiores dificuldades encontradas no controle da HAS? O que pode ser feito no grupo de hipertensos para melhorar o controle da HAS? Por que, na maioria das vezes, as pessoas abandonam o tratamento? De quanto em quanto tempo os hipertensos, depois de diagnosticados, precisam retornar para uma nova consulta médica? Quando é que uma pessoa é diagnosticada com hipertensão? Quais os valores adotados? E quais os cuidados que se deve estar atento para não dar um diagnóstico errado? O medicamento é extremamente importante no tratamento da hipertensão. No entanto, que outros tipos de tratamentos também são importantes? Quais são as principais atribuições das Agentes Comunitárias de Saúde na atenção à saúde do hipertenso? E como eu vou suspeitar de que meu comunitário está com problemas cardiovasculares? O que ele pode sentir? E o que eu faço? Já ficou claro que as ACS têm muitas atribuições. No entanto, qual o seu papel principal? Qual a importância do NASF na atenção à saúde dos hipertensos? Em que eles podem ajudar?
Cada participante ficou com uma pergunta, que necessariamente viria nessa ordem que listei acima. Isso deu uma ordem lógica à discussão. Cada pessoa lia para as demais e respondia. Deixei claro que não havia resposta correta. Todos ali já sabiam um pouco (ou muito) sobre o assunto, e o que eu não queria, jamais, é ser repetitivo, ser chato e cansativo, falando algo que todo mundo já soubesse. A ideia era deixar as pessoas falarem o que acham e a partir dai irmos formando um conceito ou formando uma resposta ideal para aquela pergunta. Não havia uma resposta pronta. Aliás, havia... no manual da atenção básica. Mas ela surgia depois de saturadas todas as respostas e reflexões acerca da pergunta do momento. Essa foi uma forma que encontrei de não simplesmente chegar com o conteúdo pronto (até mesmo em slides) e "vomitar" tudo em cima do pessoal, como se não soubessem de nada, como se fossem um banco no qual eu estivesse depositando dinheiro (parafraseando Paulo Freire). Outra observação é que se pode notar muitas perguntas direcionadas às Agentes Comunitárias de Saúde; e isto se deu pelo fato de o público alvo ser composto praticamente por 90% delas. A USF Araçá conta com 10 ACS.
Este mês também houve o Fórum do PET-Saúde, no auditório do CCSA, na qual todos os subgrupos mostraram os seus projetos e atividades para que todos tomassem conhecimento do que acontecia com os seus “colegas de PET”. Além de ser uma forma de despertar no outro grupo uma visão que você ainda não teve.
No final do mês tive a oportunidade de acompanhar uma atividade do PSE (Programa Saúde na Escola) contra hanseníase e verminoses nas escolas do município. Fomos realizar a profilaxia contra verminoses e entregar formulários de identificação de quadros de hanseníase. Fato lamentável que ocorreu foi que, para auxiliar na tomada dos comprimidos de Albendazol, foi oferecida água da torneira aos alunos por parte da copa, quando eu mesmo me dirigi ao local para fazer a solicitação de uma garrafa de água e copo para levar para os alunos. Obviamente, com aquela água, aguei as plantas e não a ofereci aos alunos. Eles beberam a água que traziam de casa ou, para aquelas que não traziam, bebiam de um bebedouro que ficava dentro da sala. Mas tenho dúvidas se aquele bebedouro também não continha água da torneira. Lamentável.

Relatório. Fevereiro de 2013.

Acompanhei consultas de hipertensos e diabéticos. Foram solicitados exames de rotina e orientações gerais sobre o uso dos medicamentos, hábitos alimentares e atividade física. Contribui bastante com essas orientações, baseado nos cadernos da atenção básica, do Ministério da Saúde.
Realizei coleta de dados de outras ACS acerca dos hipertensos e diabéticos com falta de adesão para agendamento de visita para convocação à consulta.
Acompanhei a enfermeira em uma visita domiciliar a uma gestante e a duas crianças. Na primeira, realizei a medição da altura de fundo de útero e a ausculta dos batimentos cardíacos fetais. Também acompanhei as consultas de enfermagem de uma forma geral.
Tive a oportunidade de acompanhar, no final do mês, a produção mensal da unidade, na qual são contabilizados os números de óbitos, nascidos vivos, diarreia, hipertensos, etc., em formulário, e enviado para a prefeitura. Assim, conheci mais uma ficha/formulário do SIAB e pude ver, também, outro tipo de atribuição e papel dos profissionais da unidade de saúde, além da assistência direta à doença, mas também aquela atuação burocrática.

Relatório. Janeiro de 2013.

O que houve neste mês foi o seguimento do que houve no final do anterior, coleta de dados nos prontuários dos hipertensos e diabéticos e busca ativa daqueles que estavam com a adesão ao tratamento irregular (faltosos ou àqueles que nunca vieram ao posto de saúde, que não são acompanhados pela unidade).
O que fazíamos era pegar os dados com as ACS sobre todos os hipertensos e diabéticos que elas tinham registrados em suas respectivas microáreas. A partir daí checávamos nos prontuários de cada hipertenso e/ou diabético a sua última consulta. Para aqueles com consulta há mais de um ano, fazíamos uma listagem e depois a visita, convocando-o para uma consulta médica. Consulta esta que já estava marcada, e o médico da família ciente da nossa estratégia.
Também participei da reunião administrativa da unidade, onde são realizados repassem de pendências e mudanças na atenção à saúde, como por exemplo, um novo protocolo para determinada doença e etc., comunicados da prefeitura, convocatórias para conferências e capacitações, etc., bem como resolução de problemas internos.

Relatório. Dezembro de 2012.

Neste mês observei muito a rotina de trabalho da unidade, quais as demandas de saúde e doença, o público, como os profissionais trabalham, o que fazem, em que dias fazem, e etc. Participei, especificamente, das consultas de enfermagem no pré-natal, junto com a enfermeira, em um dia estabelecido somente para consultas de pré-natal na unidade.
Também foi dado início à coleta de dados nos prontuários acerca dos hipertensos e diabéticos que não estão sendo acompanhados regularmente pela unidade. Muitos passaram a ser atendidos por médicos particulares, outros não têm condições físicas de se deslocar até a unidade de saúde, outros pelo fato de não se preocuparem com a saúde. Então, demos início à busca ativa desses pacientes e fomos atrás do motivo da falta de adesão, na tentativa de orientar quanto à sua doença, com base na educação em saúde, e quanto à importância do acompanhamento da sua saúde-doença.