quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Relatório. Março de 2013.

Neste mês também foram realizadas consultas de acompanhamento dos hipertensos e diabéticos, com orientações gerais acerca do uso dos medicamentos, hábitos alimentares e atividade física.
Realizamos uma discussão com a equipe de saúde da USF Araçá sobre diabetes e hipertensão. Foi muito proveitosa. Minha dupla (Luciana, Fonoaudiologia/UFPE) falou sobre diabetes em uma semana, e na outra, a que vou me referir, eu quem fiquei responsável por conduzi-la. Fiquei muito feliz com o seu desenrolar. Baseei-me no Manual da Atenção Básica de Hipertensão. E à medida que fui lendo, fui elaborando perguntas norteadoras para sorteá-las para cada participante ali na roda de discussão. As perguntas foram: Quais as doenças que mais matam hoje no Brasil? E por quê? Por que a importância de se identificar precocemente ou controlar a HAS? Quais as maiores dificuldades encontradas no controle da HAS? O que pode ser feito no grupo de hipertensos para melhorar o controle da HAS? Por que, na maioria das vezes, as pessoas abandonam o tratamento? De quanto em quanto tempo os hipertensos, depois de diagnosticados, precisam retornar para uma nova consulta médica? Quando é que uma pessoa é diagnosticada com hipertensão? Quais os valores adotados? E quais os cuidados que se deve estar atento para não dar um diagnóstico errado? O medicamento é extremamente importante no tratamento da hipertensão. No entanto, que outros tipos de tratamentos também são importantes? Quais são as principais atribuições das Agentes Comunitárias de Saúde na atenção à saúde do hipertenso? E como eu vou suspeitar de que meu comunitário está com problemas cardiovasculares? O que ele pode sentir? E o que eu faço? Já ficou claro que as ACS têm muitas atribuições. No entanto, qual o seu papel principal? Qual a importância do NASF na atenção à saúde dos hipertensos? Em que eles podem ajudar?
Cada participante ficou com uma pergunta, que necessariamente viria nessa ordem que listei acima. Isso deu uma ordem lógica à discussão. Cada pessoa lia para as demais e respondia. Deixei claro que não havia resposta correta. Todos ali já sabiam um pouco (ou muito) sobre o assunto, e o que eu não queria, jamais, é ser repetitivo, ser chato e cansativo, falando algo que todo mundo já soubesse. A ideia era deixar as pessoas falarem o que acham e a partir dai irmos formando um conceito ou formando uma resposta ideal para aquela pergunta. Não havia uma resposta pronta. Aliás, havia... no manual da atenção básica. Mas ela surgia depois de saturadas todas as respostas e reflexões acerca da pergunta do momento. Essa foi uma forma que encontrei de não simplesmente chegar com o conteúdo pronto (até mesmo em slides) e "vomitar" tudo em cima do pessoal, como se não soubessem de nada, como se fossem um banco no qual eu estivesse depositando dinheiro (parafraseando Paulo Freire). Outra observação é que se pode notar muitas perguntas direcionadas às Agentes Comunitárias de Saúde; e isto se deu pelo fato de o público alvo ser composto praticamente por 90% delas. A USF Araçá conta com 10 ACS.
Este mês também houve o Fórum do PET-Saúde, no auditório do CCSA, na qual todos os subgrupos mostraram os seus projetos e atividades para que todos tomassem conhecimento do que acontecia com os seus “colegas de PET”. Além de ser uma forma de despertar no outro grupo uma visão que você ainda não teve.
No final do mês tive a oportunidade de acompanhar uma atividade do PSE (Programa Saúde na Escola) contra hanseníase e verminoses nas escolas do município. Fomos realizar a profilaxia contra verminoses e entregar formulários de identificação de quadros de hanseníase. Fato lamentável que ocorreu foi que, para auxiliar na tomada dos comprimidos de Albendazol, foi oferecida água da torneira aos alunos por parte da copa, quando eu mesmo me dirigi ao local para fazer a solicitação de uma garrafa de água e copo para levar para os alunos. Obviamente, com aquela água, aguei as plantas e não a ofereci aos alunos. Eles beberam a água que traziam de casa ou, para aquelas que não traziam, bebiam de um bebedouro que ficava dentro da sala. Mas tenho dúvidas se aquele bebedouro também não continha água da torneira. Lamentável.

Nenhum comentário:

Postar um comentário