quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Relatório. Abril de 2013.

Participei do grupo de hipertensos, com a entrega dos medicamentos do mês e orientações gerais acerca da doença. Acompanhei um turno do atendimento odontológico aos hipertensos, junto com a dentista Mônica Aguiar. Participei da campanha de vacinação contra Influenza, inclusive indo com a técnica de enfermagem, a uma residência terapêutica, vacinar as pessoas internadas. Visitei, junto com a enfermeira, um CAPS, tendo a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a saúde mental de Camaragibe. Também observei uma discussão de caso de uma paciente acompanhada pelo CAPS e pude presenciar a ação de matriciamento, o que só havia visto em livros e em aulas, até o momento. Acompanhei consultas de pré-natal, na unidade, junto com a enfermeira; mas também realizei uma primeira consulta de pré-natal, óbvio que com a supervisão dela. Solicitei todos os exames, preenchi todos os formulários e dei todas as orientações.
Participei de uma reunião de categoria (Enfermagem) na Prefeitura de Camaragibe acerca da Vigilância Epidemiológica. Foram mostradas as consolidações dos dados de cada unidade. O município de Camaragibe possui 42 Unidades de Saúde da Família. No auditório havia muita gente, acredito que todos os enfermeiros estavam presentes, senão a grande maioria. Foi interessante. E o mais importante é que eu vi a gestão. Ela agora, para mim, é concreta. Antes eu apenas ouvi falar em "gestão", e aquilo sempre foi muito abstrato. Eu vi, soube que é verdadeira, que existe, onde trabalha, como trabalha, vi rostos e estrutura física. Foi muito bom. E mais importante ainda é que eu (e acredito que todos presentes naquela reunião) percebi (percebemos) que há boa vontade por parte da gestão, que eles estão querendo o melhor para o município. Demonstraram compromisso, interesse.
Neste mês vivenciei muitas realidades, e bastante diferenciadas.
No dia 20/04/2013 houve o Dia D da Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza. Todas as unidades de saúde estavam abertas para atender à população-alvo: idosos com 60 anos ou mais, trabalhadores de saúde, indígenas, crianças na faixa etária de seis meses a menores de dois anos e gestantes. E também estão inclusos os portadores de doenças crônicas. Algo interessante se pode perceber em dias de campanha de vacinação. Sabe-se que a maior parte da população que é acompanhada no posto de saúde é de baixa renda. Primeiramente pelo fato de não terem planos de saúde; e, segundo, porque é a única opção que resta para eles. Sendo assim, o que se pode perceber é que muitas pessoas de poder aquisitivo maior passam a utilizar as unidades de saúde em dias de campanha vacinal. Isso é interessante, para não dizer trágico. Os que podem pagar um plano de saúde passam longe das unidades de saúde durante todo o tempo, achando que lá é lugar para pobres e que o atendimento é péssimo e desumano. No entanto, em campanhas, aparecem “em peso”. Ignoram o SUS, parece até que têm nojo. Isso é uma bobagem. E o pior de tudo, é que essa população mais favorecida, quando perguntada se utiliza o SUS, a resposta é negativa. Ah, então quem financia a tua vacina? E a vigilância sanitária? A água mineral que você compra é fiscalizada por quem? Não é pelo SUS? Essas são apenas algumas pouquíssimas perguntas acerca do assunto. Precisamos pensar nisso.

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